PERSPECTIVAS SOBRE O DISCURSO “EU NÃO GOSTO DA ESCOLA”
Maria
Larisse Elias da Silva
Resumo:
Os discursos que se propagam no seio escolar pelos alunos compõem uma variedade
de sentimentos e percepções infindáveis. Parte de seus respectivos lugares
sociais e de acordo suas experiências vividas. Com isso, compreendemos que essa
construção não se constitui apenas a partir das vivências, mas também contribui
(positivo ou negativamente) com as seguintes. Logo, ao adentrarmos no espaço
escolar contemporâneo, uma das falas que mais ouvimos dos alunos é “eu não
gosto dessa escola”. Embora isso não seja uma fala com detalhes, ao primeiro
momento, compreendemos que é um sentimento fadado por se remeter não só a um
aluno ou escola específica, mas, em várias ocorrências e instituições.
Destarte, tendo em vista o presente panorama, este trabalho se propõe problematizar
as possíveis motivações para o fomento desse posicionamento de alunos inseridos
em muitas escolas brasileiras.
Palavras-chave: Espaço escolar; Discursos; “Eu não gosto da escola”.
Introdução:
A inspiração desse
trabalho se deu a partir de uma observação da incidência do discurso repetitivo
em torno da falta de afinidade de muitos alunos de algumas escolas da cidade de
Cajazeiras-PB. Os jovens tinham falas semelhantes logo que era perguntado “o que a escola representava para aquela
pessoa (?).” Com isso, surgiu o incômodo de problematizar as razões deste
descontentamento – e esse ensaio nos possibilita pensar um pouco em torno disso.
Quando nos
propomos a refletir sobre o espaço escolar, não somos mais conduzidos apenas a
sua estrutura física. Há a necessidade – e de cunho valioso – de se pensar os
sujeitos que nele estão inseridos e suas formas de protagonização. Esses
sujeitos carregam uma rede de culturas o qual torna a escola um espaço de
projeção e construção de multiculturalismo. Para Paulo Carrano (2000):
Num mundo
globalizado, onde as informações – não o conhecimento, diga-se de passagem –
circulam com grande velocidade e atingem lugares cada vez mais distantes, o
sentido de isolamento geográfico e cultural torna-se cada vez mais improvável;
neste mundo, as principais características dos processos culturais são a sua
alta capacidade integradora e o seu hibridismo. Nessa perspectiva, considero um
grande risco sociológico falarmos na existência de uma possível separação entre
o mundo da escola e o mundo dos jovens alunos. (CARRANO, 2000, p. 154).
As diferentes
configurações que se encontram e passam a constituir uma pluralidade de
singularidades no espaço escolar carregam consigo identidades que estão em
desenvolvimento e contínua mutação. Essa mutação exige do espaço escolar e dos
sujeitos que nele estão inseridos uma sensibilidade ao outro, e,
principalmente, ao alunado – que nem sempre visualizamos nos modelos de escola
que temos atualmente.
Percebemos que
nesse espaço uma das maiores necessidades sentidas por parte dos alunos é a de
serem ouvidos e se sentirem parte do desenvolvimento da escola, ou mesmo,
sujeitos ativos. Por terem essa concepção de distanciamento das decisões
escolares, por não serem compreendidos a partir de seus lugares sociais – tem
crescido a não identificação com a escola e em consequencia com o conhecimento
que lá é propagado.
Logo, ao
adentrarmos no espaço escolar contemporâneo, uma das falas que mais ouvimos dos
alunos é “eu não gosto dessa escola”.
Embora isso não seja uma fala com muitos detalhes, ao primeiro momento,
compreendemos que é um sentimento fadado por se remeter não só a um aluno ou
escola específica, mas, em várias ocorrências e instituições. Destarte, tendo
em vista o presente panorama, este trabalho objetiva problematizar as possíveis
motivações para o fomento desse posicionamento por parte de alunos inseridos em
muitas escolas brasileiras.
Desenvolvimento
Agora, a partir de
experiências obtidas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PBID) – subprojeto História, desenvolvido na Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG/CFP) e na disciplina de Estágio Supervisionado, buscaremos
materializar problematizações em torno de como passamos a perceber a incidência
desses discursos sobre a insatisfação com o espaço escolar.
Como já dito
anteriormente, tem se propagado cada vez mais um distanciamento dos jovens a
escola ou à cultura escolar. Os motivos são claros, o jovens ou a velocidade da
propagação das informações não tem encontrado lugar de pertencimento no espaço
e/ou cultura escolar atual.
A ausência de um
diálogo entre os sujeitos escolares tem acarretado o afastamento, quando não o
adoecimento dos sujeitos que dele fazer parte. Cada sujeito segue defendendo
seu discurso da maneira que acredita e não param para refletir nas
consequências que isso está gerando. As escolas estão cheias de professores que
adquiriram aos poucos patologias por excesso de carga-horária, estresse no
trabalho e péssima relação com os alunos. Saliento que essa fala não é
homogeneizante, logo, nos pautamos em dados científicos, de acordo com Nilson
Silva e Maria Almeida (2011):
Segundo Posig e
Kickul (2003), nas duas últimas décadas, o burnout2 tem sido foco de
estudo de diversos pesquisadores, principalmente ligado ao trabalho de
profissionais da saúde e educação. (SILVA; ALMEIDA, 2011, p. 375).
Logo, ao tempo que
pensamos o adoecimento dos docentes, seja em âmbito de nível médio ou
universitário, é importante ressaltarmos que na mesma proporção tem crescido o
nível de adoecimento dos alunos atualmente no Brasil. Isso tudo se dá pela má
relação empreendida entre esses sujeitos, ora muito tem se buscado em torno de
um efetivo crescimento dos resultados em torno do conhecimento, que se esquece
de compreender como isso tem se desenvolvido e o que isso tem propiciado.
Dos professores é
cobrado o melhor desempenho a partir de suas ações metológicas; ele tem que ser
muito bom em tudo que faz, tem que produzir, construir excelentes planos de aula
por dia, contribuir para a genialidade do saber dos alunos – sem levar em
consideração as condições que o mesmo está inserido. Já os alunos... devem ter
as melhores notas, se envolver no maior número de atividades, ter um bom
currículo/histórico, caso contrário, serão involuntariamente distanciados do
meio científico.
Logo, em prol de
uma suposta justificação para esse modo de vivência educacional, nos deparamos
com vários discursos, tais como: “essa é
a regra para o desenvolvimento do conhecimento...” ou, “é necessário esforço para se conquistar sucesso”. Discursos baseados
na meritocracia, o qual não leva em consideração o indivíduo, mas sim, os
objetivos que a sociedade tem para ele e que para se manter “ativo” neste meio
social o critério é seguir tal regra. Com isso, percebemos o quanto as relações
entre os sujeitos escolares tem sido prejudicadas por conta desses mecanismos
de “desenvolvimento ativo”.
O fardo desse desencontro nas relações
entre os sujeitos que compõem o seio escolar tem refletido diretamente na
vontade do aluno de permanecer na escola, levando-os muitas vezes ao abandono
do ano letivo ou ao desânimo enquanto sujeito protagonista da escola.
Conclusão
Para tanto, ao
passo que construímos reflexões em torno das motivações que contribuem para o
distanciamento afetivo dos alunos ao espaço escolar, compreendemos inicialmente
que um dos fatores que muito favorecem para o crescimento desse sentimento ou
percepção está relacionado diretamente a implicações externas ao sujeito, mais
precisamente, aos alunos.
Visto isso,
compreendemos que para a constituição de uma mudança desse entendimento por
parte dos alunos é necessário que os mesmos passem a serem ouvidos e percebidos
como agentes de mudanças no seu meio. Assim como também se faz importante
envolver esses sujeitos a partir de seu lugar social para que eles possam
visualizar mudanças materializadas em si e em seu lugar de inserção. Desta
maneira, propormos a partir disso a desconstrução desses discursos existentes
no seio escolar.
Referências
Licencianda em História
pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG/CFP. Tem experiência na área
de História, com ênfase em Estudos Folclóricos no Brasil (1941-1963) e Estudos
sobre Cultura Material a partir de inventários Post Mortem oitocentista. Tendo
experiência na área da Educação, com ênfase Estudos sobre Protagonismo Juvenil,
Ensino de História e Etnografia e Educação. E-mail: larisse_elias@hotmail.com.
CANCLINI, N. G. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade.
2. ed. São Paulo: Edusp, 1998.
CARRANO,
Paulo César Rodrigues. Identidades
juvenis e escola. Jovens, escola e
cultura, 2000.
POSIG, M.; KICKUL, J. Extending Our Understanding of Burnout: Test of Integrated Model in
Nonservice Occupations. Journal of Occupational Health Psychology, Washington,
n.8, n.1, p.3-19, 2003.
PSICOLOGIAS DO BRASIL. Burnout: síndrome de esgotamento, 2017.
Disponível em: http://www.psicologiasdobrasil.com.br/burnout-sindrome-de-esgotamento/. Acesso: 24 de
out. 2017, hora 20:38:27.
SILVA,
Nilson Rogério da; ALMEIDA, Maria Amélia. As
características dos alunos são determinantes para o adoecimento de professores:
um estudo comparativo sobre a incidência de Burnout em professores do ensino
regular e especial. Revista
Brasileira de Educação Especial, 2011, p. 373-394.
Este sentimento de aversão a cultura escola, é maximização dos problemas da sociedade. Acredito que a escola como instituição representa o Estado, suas exigências, são as exigências do Estado, desta feita, a escola que vemos hoje não parte do ponto de vista do aluno, de sua realidade, de suas demandas, mas dos interesses dos governos para obtenção de resultados rápidos.
ResponderExcluirLuis Felipe de Lima Durval - Licenciando em História pela UFPE
Olá Luis Felipe, grata pela leitura do trabalho. Sua colocação me conduziu a uma reflexão e partilho a mesma com você... Visto a discussão posta e os encaminhamentos em torno do atual modelo de escola e cultura que se faz presente na respectiva instituição, em sua opinião, por quê ainda persistimos estáveis diante desse modelo de escola que, embora presente, vem reproduzindo ao longo dos anos um modelo de instituição e ensino que não se adéqua ao tempo presente? Espero ter contribuído. Um abraço.
ExcluirComo você mencionou ao longo do texto, existe uma "ausência de um diálogo entre os sujeitos escolares"; o que remete ao formato escolar da atualidade, voltado para um neotecnicismo. Acredito que uma forma de começar a minar tais problemáticas, é trazer uma maior abordagem participativa para o campus educacional, afim de escutar os sujeitos que o integram.
ResponderExcluirYego Viana Amorim de Almeida Santos
Universidade de Pernambuco- Licenciatura em História.
Olá Yego, obrigada pela leitura do trabalho. Então, acredito que essa ausência do diálogo esteja pautada não em um modelo de escola da atualidade, mas sim, de um modelo ultrapassado - há décadas - de escola que nunca atendeu ao sujeito enquanto construtor do conhecimento, e sim, como um sujeito que deveria reproduzir aquilo que lhe era "transmitido". Esse modelo não se fez positivo nem muito menos chega a ser atualmente. O modelo de escola que os alunos do tempo presente exigem está para além do aspecto reprodutivo do conhecimento, é imprescindível lançarmos mão do diálogo entre os sujeitos escolares para compreendermos o ideal de autonomia na construção do conhecimento que simboliza os alunos que estão presentes no seio escolar atualmente.
ExcluirPor experiência,acredito que os alunos que tendem a repetir que não gostam de escola, são parte de unidades escolares que não ativam a sua vontade de estar estudando, praticando esportes ou vivendo outras experiências neste espaço de sociabilização, geralmente são escolas com espaço físico precário e notadamente há descaso administrativo. Agora, "levantar" essa escola para que o aluno tenha interesse e mude seu discurso, é parte de toda a comunidade.
ResponderExcluirParabéns pelo seu texto, e sucesso em sua pesquisa!
Lidiane Álvares Mendes
Mestra em história social/ UFAM
Professora da rede pública de ensino/MT
Olá Lidiane, gratidão pela leitura do trabalho e expresso aqui minha alegria, principalmente, por se tratar de uma professora da rede pública de ensino. Sobre a produção dessas falas sobre "eu não gosto da escola", é válido apontar que também identifiquei em escolas que possuem boa gestão, professores comprometidos e espaço físico agradável, o referido discurso. Visto isso, estamos tratando de algo mais denso e até um tanto relativo. Pois, numa das minhas experiências de estágio, o qual me remeti a uma escola que possui pouca assistência por parte do governo municipal e situa-se geograficamente numa zona economicamente pobre - identifiquei uma afeição dos alunos para com a escola e as atividades nela proposta. Então, acho que é importante termos cuidado quando formos caracterizar a raiz desses discursos. Um abraço.
ExcluirA necessidade de integrar os alunos no processo democrático no âmbito escolar depende dos objetivos que a escola pretende alcançar. Quanto maior for a abertura para discussões e decisões coletivas, melhor será a participação na gestão democrática na escola e, consequentemente, melhor eficiência na aprendizagem e desenvolvimento da cidadania.
ResponderExcluirBom trabalho pois levanta questionamentos sobre a relação dos alunos na era da informação, com os desafios da escola em se tornar mais atrativa e próximo dos alunos.
Olá Julio, grata pela leitura do trabalho. Espero ter contribuído. Um abraço.
ExcluirA necessidade de integrar os alunos no processo democrático no âmbito escolar depende dos objetivos que a escola pretende alcançar. Quanto maior for a abertura para discussões e decisões coletivas, melhor será a participação na gestão democrática na escola e, consequentemente, melhor eficiência na aprendizagem e desenvolvimento da cidadania.
ResponderExcluirBom trabalho pois levanta questionamentos sobre a relação dos alunos na era da informação, com os desafios da escola em se tornar mais atrativa e próxima dos alunos.
Julio Junior Moresco - UFMT
A escola deve ser um lugar para além do aprender se torna uma extensão de nossa casa. A uma associação errônea quando se fala de não gostar da escola quando na realidade o indivíduo enquanto dicente não é motivado a compreender q sem o espaço físico da escola não haverá oportunidade o crescimento intelectual, por outro lado a uma conduta equivocada dos docentes que pôr não terem ferramentas adequadas Taís como salário, condições mínimas de desempenho, espaço físico e alunos que em sua maioria não chamam a atenção para o sentido do fazer valer a pena transmitir conhecimentos. A discussão acima além de fala dos problemas, suas causas e consequências nos transporta a uma caminho que se for seguido será proveitoso ao nosso crescimento tanto como educador e educando. A uma necessidade urgente em construir intimamente uma escola mental onde todos tenham oportunidade e se utilizem dele p crescer intelectualmente.
ResponderExcluirCarlos Antônio da Silva
4° período de Historia
AEMASUL. FAMASUL
Olá Carlos, grata pela leitura do trabalho. Acredito que a construção desse diálogo entre os sujeitos que compõem o espaço escolar, sejam eles professorxs, servidorxs ou mesmo alunxs - se faz importante não só para o crescimento intelectual, mas, principalmente, o crescimento pessoal e humanizador do sujeito. Ao ler seu comentário, fui induzida por uma inquietação a refletir sobre, o que você disse: "[...] alunos que em sua maioria não chamam a atenção para o sentido do fazer valer a pena transmitir conhecimentos." Para você o que significa um aluno não fazer o professor entender que "vale a pena transmitir" conhecimento? Por que não pensarmos pelo viés da construção do conhecimento com seus respectivos alunos? Espero ter ajudado, um abraço.
ExcluirParabéns pelo trabalho! Afinal que escola buscamos e pretendemos! É um discurso rotineiro dentro dos estabelecimentos escolares. Vivemos numa sociedade do imediatismo ficar horas e horas na escola torna-se algo monótono, cansativo. A escola deve ser agregadora, promover intercâmbios que oportunize não só espaços para o diálogo mais perspectivas de crescimento que direcione atrações para o mercado de trabalho o que pode desencadear uma escola que traga satisfação.
ResponderExcluirJosé Walter Vieira - Licenciado em História pela Universidade Estácio de Sá
Especialização em História de Pernambuco-UFPE.
Olá José Walter, obrigada pela leitura do trabalho, espero ter contribuído de forma positiva. Bem, concordo com você em partes quando diz que: "A escola deve ser agregadora, promover intercâmbios que oportunize não só espaços para o diálogo mais perspectivas de crescimento que direcione atrações para o mercado de trabalho o que pode desencadear uma escola que traga satisfação." Por quê digo isto? Pois bem, ao pensar numa escola agregadora primeiro temos que pensar nos sujeitos que queremos agregar, pois, não adianta trabalharmos com algo que não sabemos ou conhecemos os protagonizadores desse espaço. E outra, acredito que antes mesmo de possibilitarmos expectativas de futuro nos jovens, devemos contribuir para a compreensão por parte dos mesmos do tempo presente. Por fim, me detenho ao ideal de conhecimento que a escola carrega ao longo dos anos... o conhecimento deve vir a partir de metodologias atraentes sim, mas para que os alunos se percebam como produtores desse conhecimento e isso seja o princípio da satisfação hoje, não no decorrer dos anos. Espero ter ajudado. Um abraço.
ExcluirParabéns pelo trabalho! Este tema é bastante interessante, pois promove infinitos questionamentos acerca do ambiente escolar e da educação de modo geral. Ao que parece, o trabalho apresenta um olhar sobre a escola pública, correto? Eu adorei essa perspectiva abordada porque me faz pensar em algo maior, por exemplo, uma comparação com o discurso de estudantes da escola privada. O que há de diferente no discurso? As diferenças se concentram na infraestrutura ou são estendidas ao plano pedagógico e aos profissionais? Como se dá essa relação. Enfim, são algumas provocações que a temática nos impulsiona.
ResponderExcluirDavi Brito Melo - Graduando em Licenciatura em História pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
Olá Davi, grata pela leitura da produção e feliz pela mesma ter te despertado para outros questionamentos. Então, até o presente momento não me detive a refletir sobre essa perspectiva de discurso partindo do seio escolar privado pelo fato de não ter tido a oportunidade ainda de atuar no respectivo espaço. Visto as inquietações postas, acredito que em torno da sistematização das mesmas vale pensá-las a também partir de um viés simbólico. Por exemplo, o que a menção feita nos discursos presentes nas escolas privadas simbolizam, ao pensarmos um plano político presente nessas escolas que se diferencia das instituições públicas? Espero ter contribuído. Um abraço!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá, a superficialidade do argumento dos alunos apresentados nos mostra que o "eu não gosto" pode representar inúmeros aspectos da escola. Poderia ser a mudança metodológica uma solução primordial do problema, além da valorização dos alunos e melhorias nas condições de trabalho do professor e sua valorização profissional?
ResponderExcluirAtenciosamente,
Thiago Alcantara da Silva - Graduando em História - Universidade Cruzeiro do Sul.
Prezado Thiago, grata pela leitura de meu trabalho. Então, o que você chama de "discurso superficial" por parte dos alunos e exposto por mim na condução da análise e problematização textual - eu chamo de possibilidade para compreensão de um discurso. Da minha parte, optei por analisar de forma sucinta tal discurso, inclusive, pela falta de espaço para discussão, e, por parte dos alunos, por compreender que eles não necessitam de frases profundas e bem elaboradas para expressarem o que sentem ou percebem. Visto isso, discordo do uso "superficial" que você dá ao discurso em questão é seu uso neste trabalho.
ExcluirRespondendo a tua pergunta, acredito que a ressignificação dessa cultura escolar que temos hoje presente em nossas escolas (o qual predomina há décadas), pode partir sim da criação de novas metodologias, no entanto, metodologias que sejam construídas também com os alunos, dessa forma, proporcionando aos mesmos a compreensão de que estão contribuindo de forma ativa na construção do processo de ensino-aprendizagem.
Sobre a valorização profissional, acredito que é uma pergunta um tanto óbvia, não é mesmo? Várias pesquisas já comprovaram os índices de desenvolvimento educacional a partir da valorização do profissional. Logo, é válido ressaltar que, na rede pública brasileira existem professores que não recebem tal valorização e mesmo assim contribuem de forma significativa no crescimento de seus alunos. Espero ter respondido. Um abraço!
realmente hoje em dia, vemos nosso alunos basicamente muito não estão nem ai com a escola pois, eles não sentem parte daquele lugar por, não da sua opinião muitas vezes. que esta acontecendo com o nosso ensino ? sera culpa de nos professores ou do estado? então cabe a nos professores muda nossos métodos de ensino, para que tenha uma boa interação com o aluno,e faça que ele senti parte disso tudo que e a escolar.
ResponderExcluirRaul Henrique
AEMASULFAMASUL
Olá, Maria! Primeiramente, parabenizo-lhe pela temática, que, a propósito é muito interessante...
ResponderExcluirNa conjuntura atual, o imediatismo é cada vez mais presente e isso tem afetado muitas áreas da vidas das pessoas, inclusive a fase escolar. Por isso que o discurso "eu não gosto da escola" é cada vez mais comum, tendo em vista que os jovens estão cada vez mais preocupados com a carreira que vão obter do que a metodologia aplicada nas escolas. Mas acredito que, para além disso, muitos outros motivos podem vir a acarretar esse discurso, como a falta de diálogo entre todas as partes do âmbito escolar.
Meu questionamento é baseado nisso, para você, qual seria o discurso caso houvesse uma participação maior de todas as pessoas envolvidas no processo escolar? Haveria uma visão mais positiva ou negativa, na visão dos alunos?
Grata desde já pela resposta!
Beatriz da Silva Mello
Instituto Hilda Ferreira - Manaus/AM
Olá Beatriz, grata pela leitura. Então, não tem como prevermos o discurso do outro, principalmente em se tratando de jovens. No entanto, esperamos que seja positivo. Um abraço!
ExcluirOlá Larisse! Parabéns pelo texto! É interessante seu posicionamento sobre essa aversão e, sobretudo, pela propagação desse discurso.
ResponderExcluirAtt,
Jefferson Fernandes de Aquino
Licenciado em História pela UFCG
Especialista em Geopolítica e História pela FIP
Especialista em AEE pela UFERSA
Supervisor do PIBID-História CFP/UFCG
Olá Jefferson, gratidão pela leitura do texto! Um abraço!
ExcluirOi, Maria!
ResponderExcluirLi o trabalho e algo não ficou claro: Vou feita uma investigação com os estudantes sobre o "eu não gosto dessa escola" ou foram apenas algumas vozes ouvidas por alguns corredores?
Te pergunto, pois existe uma distância muito grande entre um e outro discurso.
Além do que, nas próprias universidades ouvimos licenciandos reclamando dos cursos que frequentam simplesmente porque seus professores exigem deles um movimento - de estudo, de comprometimento, de responsabilidades - que muitas vezes não estão dispostos a ter.
Um abraço,
Daniela
Professora da Educação Básica na rede pública e privada no município de Lajeado-RS
Licenciada em História e Mestra em Ensino
Supervisora do PIBID História UNIVATES - Programa de Bolsas de Iniciação à Docência
Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES
Olá, Daniela! Grata pela leitura de meu texto. Bem, a inspiração desse texto surgiu do movimento de estágio supervisionado I e PIBID-História. No trabalho do estágio tive a oportunidade de trabalhar com a etnografia e a partir da mesma, em conversas com alguns alunos, os referidos me relatavam isso, e, em algumas vezes me relatavam suas motivações as quais não trabalhei nesta escrita por falta de tempo e espaço. Já na experiência que tenho no PIBID, observo essas falas, mas, para trabalhar isso em específico, a partir do programa, é necessário pensar com meus colegas, termos primeiro uma formação teórica, inclusive. Espero ter te respondido. Um abraço!
ExcluirBoa noite. Parabéns pelo teu texto. Gostaria de sugerir um livro para leitura, talvez tu até já tenhas lido, ele se chama “Liberdade para aprender” de Carl Rogers que vai justamente falar do aluno com um ser ativo dentro do processo de aprendizagem.
ResponderExcluirFelipe Rosenthal Rabelo/Unespar – União da Vitória/PR
Olá Felipe, obrigada pela leitura e indicação! Um abraço.
ExcluirInfelizmente as escolas ainda se detêm em grades curriculares pouco atraentes para os alunos, que não conseguem visualizar o uso cotidiano em muitas das disciplinas apresentadas. Os professores, presos a conteúdos programáticos, ficam engessado quanto a forma de disseminar o conhecimento, associados ao baixo remuneração e a precariedade de recursos disponíveis, desestimulam a busca por novas metodologias que atraem a atenção do discente. Tudo isso gera desinteresse do aluno pela escola. Existem exemplos de escolas que conseguiram mudar essa situação e envolver o aluno de modo que este tenha satisfação em estar na sala de aula.
ResponderExcluirEliana Gomes Ferreira
Mestranda em Educação pelo ITEH